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Espetáculo sobre ancestralidade indígena chega à zona rural de Boa Vista

Peça infantil da Cia Arteatro será apresentada em cinco estados da Amazônia

Publicada em 06/06/25 às 07:05h - 16 visualizações

por Radio Roraima


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O espetáculo Gotas de Saberes que aborda a ancestralidade dos povos Macuxi e Wapichana, de Roraima, será apresentado na zona rural de Boa Vista. Permeado de narrativas da oralidade indígena, passadas de geração em geração, a peça de gênero infantil tem formato de contação de histórias e envolve o público com o imaginário amazônico por meio de personagens como onça, jabuti, camarão pajé e timbó.

A peça arranca gargalhadas do público e transmite a riqueza cultural do povo Macuxi. A apresentação será na Escola Estadual Albino Tavares, Murupu, na próxima segunda-feira (9), às 10h. A comunidade também será atendida com uma oficina de Contação de Histórias, na terça-feira (10), às 15h. As atividades são gratuitas e contam com acessibilidade em Libras.

Encenado pela Cia Arteatro, com 32 anos de atuação em Roraima, Gotas de Saberes está em circulação gratuita pela região Norte por meio do Programa Rouanet Norte, Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Banco da Amazônia.Em maio o espetáculo foi apresentado em Normandia-RR e na periferia de Belém-PA. Além de Roraima e Pará, chegará a Palmas-TO, Macapá-AP e Manaus-AM nos meses de junho e julho de 2025.

A adaptação traz elementos da infância, de experiências vividas e ancestralidade dos autores. De gênero infantil, a peça apresenta narrativas do povo originário da etnia Macuxi, de Roraima, a partir da contação de histórias em texto elaborado pelos atores Anderson Nascimento, Silmara Costa e Márcio Sergino, que é diretor geral e atua na percussão e sonoplastia do espetáculo. As personagens ganham vida pelas atrizes Silmara Costa e Aravis. 
                                                                                                                                  Com
formato adaptável para apresentação em espaços alternativos, transforma escolas, feiras, praças e teatros em quintais, como explica a atriz Silmara Costa, que também é gestora do Usina Cultura, espaço que abriga a Cia Arteatro e produtora cultural. “A gente queria muito que esse cenário lembrasse os quintais em que as histórias eram contadas, aproximar o público dessa lembrança, desse lugar de muito afeto, onde essas histórias eram repassadas de pais para os filhos, avós para os netos”.

O cenário conta com um varal que ganhou elementos das pessoas que assistiam ao espetáculo. “O público se reconhecia ali e começou a colaborar nos presenteando com artesanato, cestarias e nosso cenário foi ganhando elementos que ajudam a compor e a contar essas histórias”, destaca Silmara.

As gotas de saberes espalhadas pelo espetáculo transcendem as barreiras do público infantil, encantando espectadores de todas as idades. A peça apresenta três histórias, é a concretização do desejo da companhia de realizar um espetáculo que aborde as suas raízes, a sua identidade amazônica e roraimense e contou com a assessoria do dramaturgo e encenador Márcio Marciano na direção e na dramaturgia.

“A primeira história da onça Zeleida com o jabuti, a segunda história é o timbó e a terceira do camarão pajé. É muito interessante perceber como em cada região as pessoas têm uma relação diferente com os personagens. Em alguns lugares que a gente visitou, as crianças, jovens, adolescentes, adultos e idosos ficaram encantadas com a onça Zeleida por ser vaidosa e amostrada, sendo que outros lugares eles já ficaram mais encantados com a sabedoria e a esperteza do jabuti. Em outros lugares as pessoas ficaram muito interessadas e bem curiosas em entender um pouco mais sobre o timbó, a forma como ele funciona na água, essa erva encantada. Já em outros lugares, o público ficou muito encantado com as pagelanças do camarão pajé”, destaca a atriz Aravis.

A gestora destaca a importância do patrocínio do Banco da Amazônia e a economia gerada nos lugares onde o espetáculo chega por meio do Programa Rouanet Norte. “Você precisa contratar uma série de outras pessoas, como produção, assessoria, tradutores, precisa de hospedagem, passagens, alimentação, então tem toda uma economia que gira em torno”, explica Silmara.

SOBRE A CIA ARTEATRO

Com 32 anos de atuação, a Cia Arteatro se consolida como uma das mais tradicionais companhias de teatro de Roraima. Já realizou vários espetáculos como Última Estação, Navalha na Carne, O Santo Inquérito, Faustino, A Revolta dos Brinquedos, O Boi Blimundo, entre outros.

Com o espetáculo Gotas de Saberes, a companhia levou quatro indicações, sendo premiada em duas, no XVI Festival de Teatro da Amazônia, em 2022. A apresentação do grupo levou o prêmio principal de Melhor Espetáculo da Mostra Competitiva Jurupari, de peças inéditas. Anderson Nascimento também recebeu o prêmio de Melhor Ator. A Cia ainda foi indicada nas categorias Melhor Maquiagem e Melhor Dramaturgia.

Em 2024 a Cia Arteatro iniciou, junto com o Grupo Baquetá (PR), o projeto ‘Entre Brasis’, que levou apresentações de teatro autoral, para os quatro cantos do país, com a circulação de dois espetáculos afroindígenas: Gotas de Saberes (RR) e KARINGANA UA KARINGANA! Histórias de Áfricas (PR), nos estados de Pernambuco, Bahia, Goiás, Roraima e Paraná.

O ‘Entre Brasis” reflete sobre os contextos sociais e raciais dos grupos, com base na contracolonização e afirmação identitária e foi premiado na oitava edição do Prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas Negras, na categoria infantojuvenil. O prêmio tem abrangência nacional, contempla onze categorias e reverencia Leda Maria Martins, poeta, ensaísta, artista, professora e Rainha de Nossa Senhora das Mercês do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Belo Horizonte-MG.

ROUANET NORTE

O Programa Rouanet Norte capta recursos por meio da Lei de Incentivo à Cultura através de renúncia fiscal, levando projetos culturais da região a públicos que dificilmente teriam acesso sem o financiamento.  A edição do programa na região Norte é pioneira e deve servir de exemplos para ações futuras que democratizem o acesso à cultura para todas as populações. 

Realizado pelo Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Economia Criativa e Fomento Cultural (Sefic), em parceria com a Secretaria da Comunicação Social da Presidência da República (Secom/ PR) e quatro empresas estatais, Banco da Amazônia (BASA), Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal (CAIXA) e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios), o Rouanet Norte foi estruturado para que os agentes culturais dos sete estados da Região Norte tivessem as mesmas oportunidades de autorização para captação de recursos via Lei Rouanet. Os recursos das patrocinadoras serão disponibilizados no valor global de até R$ 200 mil. Para esse alcance foram destinados R$ 24 milhões, beneficiando até 125 projetos.

Por: Gérsika Nascimento




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