Durante o mês de junho, instituições de saúde em diferentes regiões do país promovem ações para incentivar a doação voluntária de sangue. A campanha Junho Vermelho tem como foco conscientizar a população sobre a importância de doar regularmente e contribuir para manter os estoques dos hemocentros em níveis seguros. O ponto alto do mês é o dia 14, quando se comemora o Dia Mundial do Doador de Sangue.

Além de reforçar o papel da doação, a campanha também destaca os cuidados que fazem parte do processo. Um deles é a triagem clínica e laboratorial, que ocorre antes que o sangue coletado seja utilizado.

“A triagem garante a segurança tanto do doador quanto do receptor. Através dela, é possível identificar riscos que, muitas vezes, não são detectados nos testes laboratoriais ou que não podem ser avaliados por eles, como é o caso da chamada ‘janela imunológica’”, explica Susana de Oliveira, professora do curso de Biomedicina da Estácio.

Na etapa clínica, o doador passa por uma entrevista e um exame físico que consideram fatores como idade, peso, hábitos de vida e histórico de saúde. Já a triagem laboratorial envolve testes sorológicos para verificar a presença de doenças que podem ser transmitidas por transfusão, como HIV, hepatites B e C, sífilis, HTLV I e II e doença de Chagas.

Algumas condições impedem a doação temporariamente. É o caso de febre ou infecção recente, tatuagens ou piercings feitos nos últimos seis meses, viagens para áreas com doenças endêmicas, vacinação recente e consumo de álcool nas 12 horas anteriores.

Susana destaca por que esse cuidado é necessário: “A triagem é uma barreira essencial de segurança. Ela assegura que apenas o sangue de doadores aptos e saudáveis seja utilizado, reduzindo o risco de transmissão de doenças e garantindo a eficácia do tratamento aos receptores.”

Homens podem doar sangue a cada 60 dias, até quatro vezes por ano. No caso das mulheres, o intervalo é de 90 dias, com até três doações anuais. Para doar, é importante estar em boas condições de saúde, ter dormido ao menos seis horas, estar alimentado (evitando alimentos gordurosos por pelo menos três horas) e apresentar um documento oficial com foto.

Quem quiser apoiar a campanha pode doar sangue nos hemocentros, compartilhar informações nas redes sociais e incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo. Também há atividades organizadas por instituições de saúde ao longo do mês.

“Doar sangue é um gesto simples, mas que pode fazer uma diferença imensa para quem precisa. E, com responsabilidade e cuidado, o processo se torna ainda mais seguro e eficaz”, conclui a docente.

Por: Alexsandra Sampaio